Iporã e a infestação por moscas
INFORMATIVO TÉCNICO: 032/23 CMCONSULAB – DALPER Responsável Técnica: Dra. CRISTIANE MATAVELLI
As moscas são insetos muito conhecidos da população em geral. Afinal, quem nunca sofreu com a presença indesejável destes alados em um churrasco ou em um almoço de família? O que poucos sabem, ou mesmo acreditam, é que as moscas são um grande problema de saúde pública em nosso país. E nós vamos explicar o por quê.
Presente na maioria dos habitats, atualmente existem no mundo aproximadamente 153 mil espécies de moscas, distribuídas em 160 famílias. No Brasil, ocorrem cerca de 12 mil espécies, as quais ocupam diversos nichos alimentares, dentre eles, folívoras, frugívoras, nectavíroras e hematófagas. Dentre esta diversidade de espécies encontram-se aquelas que chamamos de sinantrópicas, ou seja, aquelas que conseguiram se adaptar a viver junto ao homem. Com isso, não é incomum encontrarmos moscas no ambiente urbano e, consequentemente, dentro das nossas instalações.
Isso porque, as fêmeas adultas irão procurar junto ao nosso ambiente, os locais com maior disponibilidade de matéria orgânica para depositar os seus ovos, locais estes que podem ser desde fezes humanas, superfícies com resíduos orgânicos mal lavados até lixos descartados de forma incorreta. Dos ovos, teremos a eclosão de larvas que, dependendo da temperatura e da umidade, irão se desenvolver com maior ou menor rapidez. Quanto maior a temperatura, mais rápido a larva se transforma em pupa, e dela, teremos um novo adulto. E, exatamente por ter esta relação entre fatores ambientais e ciclo de desenvolvimento que avistamos menos moscas durante o inverno.
No entanto, quando a quantidade de moscas na estação mais fria do ano se mostra exagerada, uma luz de alerta deve ser acesa. E foi justamente o que aconteceu na cidade de Iporã (GO) em julho deste ano (2023).
Uma associação de fatores pode ter contribuído para o aumento populacional das moscas na cidade durante este período do ano. Dentre eles, um inverno cada vez menos frio, o que favorece sua reprodução, e o excesso de locais favoráveis à sua alimentação e proliferação. E, é aqui que o setor público tem um papel fundamental.
E de responsabilidade dos Órgãos Públicos propiciar a população a limpeza da cidade, com coletas regulares de lixo e o devido destino aos aterros sanitários, bem como fiscalizar instalações que atuem com matéria orgânica que possam servir de criadouro, como indústrias e comércios do ramo alimentício, a fim de que seja cumprida a legislação sanitária referente ao controle de vetores e pragas urbanas, além de instruir e exigir da população o descarte adequado do lixo doméstico.
Infelizmente nem sempre os municípios realizam o descarte de forma correta: com frequência vemos sacos de lixo depositados em locais incorretos, mal vedados ou rasgados, ou ainda expostos a frente das residências em dias que não correspondem a passagem da coleta pelos lixeiros. Estes fatores, associados ao calor, faz com que as populações de moscas aumentem exponencialmente em pouco tempo.
E quais os riscos deste aumento? Pois bem, é aqui que as moscas mostram a sua atuação na saúde pública. Elas exercem um papel de grande importância, como vetores mecânicos de doença. Uma única mosca, ao pousar sobre estes resíduos orgânicos, se contamina e carrega em seu corpo centenas de patógenos causadores de doenças. E, posteriormente, ao pousarem em superfícies, em alimentos ou sobre nós mesmos, disseminam doenças. Por este motivo, as moscas são responsáveis por algumas infecções e intoxicações alimentares.
Como vimos, cada um tem sua parcela de culpa e suas responsabilidades sobre a proliferação de um inseto tão pequeno, mas que pode causar grandes incômodos e prejuízos à nossa saúde. Em caso de grandes infestações, procure uma empresa especializada.
Referência Bibliográfica
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RAFAEL, J.A.; MELO, G.A.R.; CARVALHO, C.J.B.; CASARI, S.A.; CONSTANTINO, R. (2012). Insetos do Brasil:
Diversidade e Taxonomia. Ribeirão Preto: Holos Editora.
Nota:
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