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27/01/2023

Principais Moscas de Ambiente Antrópico: As Espécies que se Destacam por sua Relação com o Homem.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Ordem Díptera (do grego di = duas e pteron = asas) possui exemplares que, na forma adulta, apresentam um par de asas funcionais e um modificado em halteres. Representada por moscas e mosquitos, esta Ordem apresenta aproximadamente 160.000 espécies no mundo, estando presentes no Brasil cerca de 12.000 espécies, contudo estes números são incipientes, devido à alta riqueza especifica associada a um baixo número de taxonomistas e de estudos em algumas regiões. Seus representantes incluem insetos parasitas, hematófagos e predadores.É um grupo que está presente na maioria dos habitats, de silvestres a modificados, e ocupam diversos nichos alimentares, incluindo folhas, frutos, flores, néctar, substâncias açucaradas e substratos em decomposição. Para tal, os dípteros têm basicamente dois tipos de aparelho bucal: picador-sugador, sendo perfurante e encontrado em dípteros hematófagos e predadores, e sugador-lambedor, não perfurante e que atua com uma “esponja”. Em ambos, o aparelho bucal apresenta um prolongamento, a probóscide, responsável pela sucção do alimento.Enquanto nos ambientes silvestres e na agricultura a presença de algumas espécies de moscas é algo benéfico, por serem entomofílicas e decompositoras, nos ambientes urbanos elas são consideradas pragas e vetoras mecânicas de microrganismos patogênicos, o que confere a elas grande importância econômica, forense, médica, sanitária e veterináriaDentre as inúmeras espécies existentes, algumas se destacam por sua ação no ambiente antrópico. São elas:

 

1. Musca domestica

Nome popular: mosca doméstica. Podendo ser reconhecida, dentre outras características, pela coloração no tórax que varia de cinzaamarelado a cinza-escuro, com quatro faixas pretas longitudinais, as moscas domésticas possuem olhos compostos e facetados, podendo os adultos ser sexados a partir deles: machos apresentam olhos holópticos (próximos) e fêmeas dicópticos (separados) em vista dorsal. Com extremidades articuladas, M. domestica tem o comportamento de “esfregar as pernas” anteriores para limpar seus sensores olfativos e gustativos, órgãos estes responsáveis por reconhecer a qualidade do substrato em que pousaram. Extremamente sinantrópica, a mosca doméstica adapta-se aos ambientes urbanos e rurais com facilidade, buscando material em fermentação ou decomposição para se alimentar e procriar, como alimentos, lixo orgânico ou fezes. Por transitar entre estes substratos, as moscas são consideradas transmissoras de patógenos e, devido a isso, é uma espécie de grande interesse médico-sanitário.2.Moscas varejeiras:a. Dermatobia hominisNome popular: mosca berneira. Conhecidas por serem moscas robustas, com cabeça amarelada e parte anterior escura, tórax e abdômen azul metálico, D. hominis é uma das espécies mais conhecidas no Brasil pela ectoparasitose que transmite: a 'berne'. Caracterizada por sua importância veterinária-econômica, as infestações por mosca-berneira causam grandes prejuízos a criação de bovinos, já que estes são seus principais hospedeiros. Quando em locais intensamente infestados, novilhos podem morrer, enquanto adultos apresentam queda na produção de carne e leite, além de uma desvalorização do couro pela presença de cicatrizes. No ambiente urbano, causam danos à saúde humana e de pets, como os cães por exemplo.b. Calliphora vomitóriaNome popular: mosca varejeira. De voo rápido, corpo com coloração azul metálico e cabeça amarelada, a mosca varejeira pode ser encontrada em locais com carnes expostas, como lixões, abatedouros, feiras livres e cozinhas de residências e estabelecimentos com alimentos descobertos. Esta mosca tem um olfato bem apurado, o que possibilita reconhecer a presença de um substrato a distância, principalmente de carnes podres. Quando localizado o substrato, assim como a Musca domestica, a varejeira despeja uma porção de saliva sobre o substrato, a qual é solubilizado em segundos e permite ser sugado. Seu controle se faz necessário já que suas larvas, quando em contato com uma ferida já existente, penetram na pele do homem e de animais causando miíases (bicheiras).

 

3. Sarcophaga spp.

Nome popular: mosca da carne. Com um tamanho de médio a grande e corpo eriçado de cerdas, a mosca da carne apresenta em seu abdômen o desenho de um tabuleiro de xadrez, com faixas cinzas e pretas. As espécies do gênero Sarcophaga são na sua maioria coprófagas, saprofágas e necrófagas, o que lhes dá grande importância forense. Quando as fêmeas depositam suas larvas em carcaças e cadáveres insepultos, pelo estudo da evolução larvária, é possível peritos científicos calcularem o tempo decorrido desde a morte do indivíduo.

 

4. Gênero Psychoda

Nome popular: mosca de ralo ou mosca do banheiro. Apesar da semelhança física que os associam as mariposas, estes insetos extremamente pequenos são moscas. A mosca de ralo tem o corpo cinzento e as asas em formato delta quando em repouso. Suas larvas são frequentemente encontradas nos canos de esgoto, fissuras de azulejos, junções de vasos sanitários e canaletas de boxes, onde encontram umidade, gordura corporal e matéria orgânica para se desenvolver. Apesar de não representar riscos graves à saúde humana, quando em grande quantidade, algumas alergias podem ser desenvolvidas. Contudo, sua presença indica a necessidade de intensificar a higienização do local.

 

5. Gênero Drosophila

Nome popular: mosca de fruta, mosca do vinagre ou mosca da banana. Pequenas, com coloração amareladas e olhos vermelhos, as moscas de fruta tem capacidade de pairar durante o voo, alimentam-se e procriando-se principalmente em resíduos fermentados e em frutas e vegetais em processo de apodrecimento, já que as fêmeas necessitam de uma grande quantidade de açúcares para a produção de ovos e as larvas de líquidos e leveduras para se desenvolver. Por transitar sobre estes substratos, as moscas de frutas podem transmitir patógenos alimentares. Apesar dos riscos e do incômodo, os drosofilídeos tem uma grande contribuição à saúde humana: seu material genético tem sido modelo de estudos para diversas doenças humanas. Os conhecimentos atuais sobre desenvolvimento, comportamento, envelhecimento e evolução humana são edificadas em cima de pesquisas feitas com estas moscas, uma vez que 75% dos genes causadores de doenças humanas têm um homólogo funcional na mosca.

 

6. Bemisia tabaci

Nome popular: mosca branca. Reconhecida na fase adulta por suas asas membranosas recobertas por uma substância pulverulenta de cor branca e, quando em repouso, mantidas levemente separadas e paralelas, o que deixa o abdômen parcialmente visível, a mosca branca é um inseto de importância mundial, praga em diversas culturas agrícolas e ornamentais. Com pelo menos 41 biótipos descritos, sendo no Brasil predominante o biótipo B {Middle East Asia Minor 1 species (MEAM1)}, a mosca branca causa grandes prejuízos econômicos, por ser polífaga e possuir mais de 750 plantas hospedeiras. No Brasil, entre os anos de 2012 a 2016, as culturas mais atacadas foram soja, algodão, feijão, tomate e batata, onde observou-se grandes perdas na produtividade pelos danos causados as plantas, tanto diretos através da sucção de seiva, quanto indiretos pela transmissão de viroses. Vale ressaltar que, independente da espécie, para um controle efetivo das moscas, deve-se levar em consideração: sua biologia, ponderando seus hábitos e características particulares, a ecologia local, o uso adequado de produtos, além da conscientização e cooperação do homem frente aos cuidados com seus alimentos e descartes.

 

 

FONTE: INFORMATIVO TÉCNICO: IT.013/22 R1Empresa CMCONSULAB - Responsavel Técnica: Dra. CRISTIANE MATAVELLIReferência bibliográfica:BRITO, L.G.; OLIVEIRA, M.C.S.; GIGLIOTI, R.; BARBIERI, F.S.; SILVA NETTO, F.G.; CHAGAS, A.C.S.; CELESTINO, O.O. 2008. Manual de identificação, importância e manutenção de colônias estoque de dípteras de interesse veterinário em laboratório. Embrapa. Porto Velho, RO.CARVALHO, C. J. B. de; RAFAEL, J. A.; COURI, M. S.; SILVA, V. C. Diptera Linnaeus, 1758. In: RAFAEL, J. A.; MELO, G. A. R.; CARVALHO, C. J. B. de; CASARI, S. A.; CONSTANTINO, R. 2012. Insetos do Brasil: diversidade e taxonomia. Ribeirão Preto: Holos Editora, p. 702-703.EMBRAPA. Coleção Entomológica da Embrapa Cerrados. Ordem Diptera. Disponível em: . Acesso em 06 de abril de 2022.ESASHIKA, D.A.S.; MICHEREFF-FILHO, M.; BASTOS, C.S.; INOUE-NAGATA, A.K.; DIAS, A.M.; RIBEIRO, M.G.P.M. 2016. Suscetibilidade de adultos de Bemisia tabaci biótipo B a inseticidas. Horticultura Brasileira [online]. v. 34, n. 2, pp. 189-195. Disponível em: . Acesso em 18 de abril de 2022.FIOCRUZ. Disponível em: . Acesso em 06 de abril de 2021.FUNASA. 2004. Fundação Nacional de Saúde. Manual de saneamento. 3º ed. rev. Brasília.MOON, Peter. Agência FAPESP. Novas espécies de moscas são gigantes e têm cara de marimbondo. Disponível em: . Acesso em 06 de abril de 2022.PANDEY, U.B & NICHOLS, C.D. 2011. Human Disease Models in Drosophila melanogaster and the Role of the Fly in Therapeutic Drug Discovery. The American Society for Pharmacology and Experimental Therapeutics. Rev. 63: 411-436.UFRGS. Atlas Arthopoda. Diptera: Sarcophaga. Disponível em: . Acesso em 11 de abril de 2022.

 

FONTE: INFORMATIVO TÉCNICO: IT.023/22 Empresa CMCONSULAB – Responsavel Técnica: Dra. CRISTIANE MATAVELLI